OAB-MA

Para debater a depressão sob vários aspectos e reforçar a importância da prevenção, a OAB Maranhão promoveu o I Fórum de Combate e Prevenção à Depressão, realizado na última terça-feira, 24, no auditório da Seccional Maranhense.
O evento recebeu advogadas e advogados, além de estudantes e profissionais de áreas diversas para debater sobre a doença, fornecendo informações atuais e expondo as consequências advindas dela.

“O objetivo do Fórum foi alertar para a importância de identificação de casos dessa natureza no convívio familiar, escolar, de trabalho etc. e oferecer ajuda para prevenir casos extremos, como as mutilações e o suicídio. Esta programação fez parte do calendário de ações previstas para o “Setembro Amarelo”, campanha desenvolvida mundialmente que visa discutir sobre as formas de combate à depressão e doenças mentais, além da prevenção do suicídio”, observou o Coordenador das Comissões da OAB Maranhão, João Duboc.

Esta primeira edição teve enfoque nas dificuldades do exercício da advocacia e seus reflexos na qualidade de vida das advogadas e advogados, além de diversas questões jurídicas relacionadas ao tema.O Fórum de Depressão abordou também elementos clínicos do paciente com depressão.

O médico psiquiatra, Bruno Palhano, afirmou que a doença já se tornou um problema de saúde pública. “Em muitos casos de depressão, podemos identificar algum traço genético já apresentado pela pessoa ao longo dos anos que desencadeou a doença mental. Isso se agravou de tal modo que, segundo a OMS, 300 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão e no Brasil, 11 milhões de pessoas. O Brasil hoje é o país com maior prevalência de depressão na América Latina, só ficando atrás dos Estados Unidos nas Américas.”, ressaltou Bruno.

Ao longo do dia, diversos psicólogos palestraram destacando que a depressão pode ser desencadeada por características genéticas e, em outros casos, as situações comportamentais são responsáveis pela manifestação desse quadro.

As terapias integrativas foram abordadas como um dos meios de combater a doença, envolvendo o paciente em atividades que estimulem o sentimento de reflexão sobre a importância de sua vida. “É importante que o ser humano coloque em sua rotina momentos para refletir sobre suas ações e perceba como eles contribuem a sua evolução”, disse Patrícia Bogéa, microfisioterapeuta, que fez uma atividade dinâmica com os participantes do Fórum a fim de que percebessem como o corpo reage a todas as ações e emoções diárias.

Um momento importante do Fórum foi a palestra da Depressão no Militarismo, ministrada pela Capitã Nathália Batista. Ela apresentou dados sobre o número de suicídios entre os policiais militares. “A nossa profissão exige que estejamos em alerta o tempo todo. Nós vivemos em uma rotina de pressão diária. O número de suicídios entre os militares é alto, mas não há muitos dados sobre a quantidade de vezes que eles tentam porque, na maioria das vezes, eles conseguem tirar sua vida. Geralmente, a ferramenta usada para fazer isso é o seu instrumento de trabalho, a arma de fogo”, afirmou Nathália.

Outro ponto que mereceu destaque foi a incidência de casos de depressão e suicídio na infância e adolescência. Os números vêm crescendo assustadoramente nos últimos anos, motivados por hábitos e comportamentos desenvolvidos pelas situações que elas vivenciam em casa, na escola etc. As psicólogas convidadas, Elane Galvão e Ester Santana, abordaram de que forma a doença pode ser identificada e tratada junto a esse público.

A última palestra trouxe a depressão associada ao uso das redes sociais, com a visão da psicóloga Sandra Ory sobre a dependência digital vivida atualmente por grande parte dos usuários, que imergem em uma realidade virtual e sofrem por não conseguir atingir as expectativas criadas por eles mesmos.

A programação do Fórum contou ainda com o debate de assuntos importantes, como os benefícios do INSS para quem apresenta o quadro de doenças mentais e a família e seu papel no tratamento do paciente com depressão.

O Fórum de Depressão foi promovido pela iniciativa de sete comissões da OAB Maranhão, Direito Digital, de Direito a Saúde, de Direito Militar, de Direito das Famílias, de Defesa da Criança e do Adolescente, de Assistência e Defesa das Prerrogativas e de Direito Previdenciário, em parceria com a Escola Superior da Advocacia (ESA) e com a Caixa de Assistência dos Advogados do Maranhão e com o apoio da Coordenadoria das Comissões.