19 Novembro - 2019

OAB MARANHÃO DISCUTE SOBRE RACISMO NO I FÓRUM ZUMBI DOS PALMARES

Na semana em que se celebra o Dia da Consciência Negra, a OAB Maranhão reuniu palestrantes renomados, representantes de entidades ligadas à cultura negra, do poder judiciário, do poder executivo, além de advogadas, advogados e sociedade em geral para discutir problemas enfrentados pela população negra no Maranhão e no Brasil no I Fórum Zumbi dos Palmares, realizado nesta segunda-feira (18), no auditório da Seccional.

O evento, idealizado pela Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil da OAB Maranhão, abordou o tema ‘Debatendo e desconstruindo o racismo’, em que tratou como o preconceito racial sofrido influencia nas condições de vida da população negra, causando inúmeros problemas sociais, que passam pela intolerância religiosa, subempregos, baixa escolaridade e chegam a casos extremos de violência.

O diretor tesoureiro, Kaio Saraiva, representou o presidente da Casa, Thiago Diaz, na abertura do evento e reforçou a importância da Seccional entrar na luta para combater o racismo. Segundo ele, “Como a Casa da Democracia, a OAB Maranhão não poderia ficar de fora desse debate, ainda mais próximo a uma data tão emblemática, como é o Dia da Consciência Negra. Aproveito para parabenizar a Comissão pela iniciativa e pela coragem de tratar sobre esta temática no estado do Maranhão, e destaco o excelente trabalho que ela vem desenvolvendo na luta pelos direitos da população negra”, reforçou.

Na oportunidade, os membros da Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil da Seccional Maranhense foram empossados e também foi feita uma homenagem a personalidades negras que prestaram relevantes serviços à sociedade maranhense, como a desembargadora do Tribunal de Justiça do Maranhão, Ângela Salazar. “Racismo é um tema que nos incomoda e sabemos que ele é cruel, que ele exclui, que ele separa e o resultado é a violência. Então, é essencial promover o debate sobre essa e outras temáticas para combatermos o preconceito e viabilizarmos melhores condições de vida e de trabalho para esta população”, ressaltou a Desembargadora.

A programação contou com a palestra ‘Do Pelourinho ao Eats: analisando as novas epistemologias da escravidão na sociedade brasileira’, proferida pela professora e presidente da Comissão Especial de Promoção da Igualdade Racial da OAB Bahia, Dandara Pinho, que analisou o cenário social atual e destacou a falta de oportunidades para os negros. “Para que possamos garantir os nossos direitos e o respeito à população negra, é preciso que estejamos nos cargos de comando. Durante muito tempo, tentou-se fazer isso pedagogicamente, mas só teremos mudanças de fato, quando conseguirmos exercer as funções de diretoria”, afirmou Dandara.

Em seguida, o presidente da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil do Conselho Federal da OAB, Humberto Adami, ministrou a palestra ‘A importância histórica da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra da OAB’, em que mostrou um pouco da atuação da comissão no âmbito nacional e elogiou a criação da comissão no Maranhão. “A Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil está presente em 17 seccionais. É um grande avanço, mas ainda falta instalar em 10 estados. O Maranhão chega para juntar forças no resgate da verdade sobre a história do Brasil e dos heróis da população negra que ajudaram a construir esse país”, disse Humberto Adami.

O presidente da Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil da OAB Maranhão, Erik Moraes, avaliou de forma positiva o primeiro evento realizado pela comissão após a sua criação. “É com muita felicidade que realizamos o nosso primeiro fórum na Seccional Maranhense, onde pudemos debater e desconstruir o racismo com a participação da sociedade civil. Conseguimos dar posse para os membros da comissão e ouvir dois grandes baluartes jurídicos nessa área. Então, fechamos um ciclo e começamos um segundo momento de engrandecimento da comissão, em que vamos ampliar a participação da comissão e procurar efetividades em processuais jurídicos para que a gente possa fazer a reparação necessária ao povo negro do estado do Maranhão”, concluiu Erik Moraes.

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