25 Julho - 2022

OAB/MA ATUA NO FORTALECIMENTO DA REDE DE PROTEÇÃO E INCENTIVO À ECONOMIA JUSTA E SOLIDÁRIA PARA MULHERES NEGRAS

Um dia emocionalmente intenso com reafirmações sobre a história, enfrentamento a diversos tipos de violência, conquistas e apontamentos de caminhos para onde as mulheres negras querem chegar. Foi assim a celebração do Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha na Seccional Maranhense. A programação iniciou no dia 22 de julho e segue nesta segunda-feira, 25/07.

A organização foi da Comissão de Promoção da Igualdade Racial com a participação da Diretoria da OAB/MA, de Conselheiras Federais e das Comissões da Mulher e da Advogada, Direitos Humanos, Diversidade Sexual e de Gênero e da Verdade da Escravidão Negra do Brasil.

“Espaços como o da OAB/MA para debater, articular uma rede de proteção de violência contra a mulher e incentivo ao empreendedorismo de produtos de origem negra devem ser fortalecidos. Esta é uma das causas pelas quais estamos trabalhando”, afirmou a vice-presidente da OAB/MA, Tatiana Costa.

A ação começou logo pela manhã, com a abertura oficial da celebração e a realização da II Feira de Afroempreendedoras da Seccional, exposta no hall de entrada. Lá, diversas empreendedoras negras venderam seus produtos, mostrando o poder do seu trabalho, da sua ancestralidade e autoestima.

A Feira continuou durante todo o dia e fez com que o público percebesse que o afroempreendedorismo é uma forma de reparação histórica por meio da geração de empregos e valorização da identidade negra na sociedade. A Ordem enxerga que esse conhecimento deve ser repassado desde cedo, por isso, adolescentes do Instituto Iziane foram convidados a participar das atividades programadas.

“Apresentar caminhos que valorizem a beleza, a cultura, a moda e o jeito de ser original da mulher negra foi o objetivo de convidar essas adolescentes, futuras mulheres, para a atividade”, afirmou Caroline Caetano, presidente da Comissão da Promoção da Igualdade Racial da OAB/MA.

À tarde, a programação continuou com rodas de conversa. Nesses diálogos, a OAB reuniu lideranças e instituições articuladoras de movimentos, projetos, ações, experiências e leis pela garantia dos direitos das mulheres. As pautas debatidas contemplaram temáticas importantes, tais como o crescimento da mulher negra no mercado profissional, a conquista por espaços políticos de decisão, o acesso da mulher negra à educação, saúde e serviços essenciais à sua dignidade, o enfrentamento à violência, a capacitação da mulher negra e o fomento à economia dos negócios criados e geridos por essas mulheres.

As discussões foram movimentadas por mulheres fortes da luta negra no Maranhão. Entre elas: Célia Salazar, Secretária Estadual da Mulher; Silvia Leite, fundadora do Grupo Mulheres da Ilha e, também, participou a equipe fundadora do Centro de Cultura Negra do Maranhão, representada por Kelen Lopes, que se fez presente em nome da vereadora Silvana Noely.

Também contribuíram com o diálogo: Adani Robson, do Comitê de Diversidade; Alessandra Belfort, Procuradora do Município de Imperatriz; Joila Moraes, especialista em Cultura Popular; Elivania Estrela, do Instituto Pedra Rara; Tamires Lima, Conselheira Estadual de Políticas Públicas Étnico-Raciais; Lígia Santos, do Centro de Cultura Negra; Aline Sousa, jovem empreendedora (Afrobeauty); Guaracy Paiva, da Marcha Mundial das Mulheres, entre outras.


Adolescentes do Instituto Iziane participam de Oficinas de Autocuidado

Essencial é incentivar, esclarecer e mobilizar, desde cedo, a luta das mulheres negras. A Convite da OAB/MA, 20 alunas do projeto Liberdade com Basquete, realizado pelo Instituto Iziane, participaram das oficinas de autocuidado.

As Oficinas de Autocuidado tiveram como foco a reafirmação da beleza da mulher negra para fins de fortalecimento da autoestima. As adolescentes tiveram dicas de maquiagem e penteados afros para compreenderem sobre suas raízes e adquirirem orgulho de sua pele e cabelo, que é constantemente alvo do racismo por parte da sociedade.

Infelizmente, as mulheres negras ainda se encontram na base da pirâmide social moldada pelo racismo. Elas recebem menos da metade do salário de homens e mulheres brancas no Brasil, independente da escolaridade. De acordo com dados do IBGE, 7,4 milhões de famílias brasileiras são compostas de mães negras e solos, fato que aponta os inúmeros problemas enfrentados por essas mulheres.

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