27 Julho - 2022

*NOTA DE REPÚDIO*

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Maranhão, por meio das Comissões de Direitos Humanos, da Diversidade Sexual e de Gênero, da Promoção da Igualdade Racial e da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, manifesta seu repúdio à experiência preconceituosa da qual foi vítima a advogada Marcela Tavares, presidente da Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil da OAB/MA, durante uma abordagem policial ocorrida no fim de semana.

A advogada Marcela Tavares, e suas duas filhas, foram vítimas de abordagem desmedida grosseira por parte de TRÊS POLICIAIS MILITARES. As crianças tiveram sua integridade emocional violada e ainda hoje choram traumatizadas pela exposição que sofreram. Mesmo cientes de que tudo estava regularmente correto, ela não foi liberada pelos Policiais Militares. Os três agentes de segurança se afastaram e passaram a imputar-lhe vários delitos, solicitando reforços como se estivessem diante de uma pessoa sobre quem pesava o julgo de inúmeros crimes, chegaram uma viatura e duas motos transportando outros agentes de segurança pública e após saberem que estavam diante de uma advogada, os policiais retiraram de sua autuação os supraditos delitos e constaram apenas a infração de transportar uma criança sem cadeirinha, negando-se os policiais a consignar a idade das crianças em sua autuação, a Dra. Marcela não assinou e assim, após uma hora e dezesseis minutos foi liberada.

O preconceito racial sofrido por essa mulher, negra, um dia após a celebração do Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latino Americana e Caribenha na sede da OAB/MA, da qual fez parte, reforça infelizmente as estatísticas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2021, de que pessoas negras representam 78,9% das vítimas de intervenção policial.

A OAB/MA se solidariza com a advogada, mulher, negra, mãe e filha reafirmando sua defesa intransigente da advocacia e tomará as medidas legais cabíveis. Bem como, seguirá vigilante no combate a qualquer tipo de violência e preconceito, independentemente de sua origem.

A prática do racismo integra os chamados crimes de ódio e creditamos que é possível vencer o preconceito, o racismo, a xenofobia, a homofobia, a LGBTfobia, dentre outras formas de preconceito. Esperamos que esse fato seja investigado pelos órgãos competentes e que ocorra a responsabilização por essa atitude criminosa.

São Luís (MA), 27 de julho de 2022.

Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Maranhão - OAB/MA
Comissões de Direitos Humanos
Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero
Comissão da Promoção da Igualdade Racial
Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil

Subscrevem a NOTA de APOIO à Marcela Tavares - Advogada Criminalista Negra - vítima de violência institucional por agentes da Polícia Militar do Maranhão

1 -Coletivo de Mulheres com deficiência do Maranhão
2 -Instituto Pedra Rara
3 -Conselho Municipal da Condição Feminina de São Luís / CMCF
4 - Fórum Maranhense de Mulheres
5 -Nafis Bezerra
6 -Isadora Jansen
7- CNegra
8- Joseane Catanhede dos Santos
9-Márcia Maria Silva Pereira
10- Coletivo de Mulheres Cidade Olímpica
11-Marcha Mundial de Mulheres/ MA
12-Marinez Ramos - CNEGRA
13-Desperta Mulher Brasileira
14- União Por Moradia Popular
15 - Kelly Karen Serra/ Instituto Empoderar-se
16. - Movimento Negro Unificado - MNU Maranhão
17 - Anicia de Jesus Ewerton
18 - Força@Negra
19- Grupo de Mulheres Negras Mãe Andresa
20 - Centro de Formação para a Cidadania AKONI
21 - Rede de Mulheres Negras do Maranhão REMNEGRA
22 Sindomestico/MA
23- Mulheres e Meninas de Caxias-MA - MUC
24 - Ieda Leal - Coordenadora Nacional do Movimento Negro Unificado - MNU
25 - Grupo de Estudos Feminismos Negros Marielle Franco
26- Fórum Turiense de Mulheres
27- Cricielle Muniz

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