29 Maio - 2019

OAB Maranhão realiza workshop para debater ‘Violência Obstétrica’

No Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna e Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher a OAB Maranhão (OAB/MA), por meio da Comissão da Mulher e da Advogada e em parceria com a Comissão de Direito à Saúde, realizou, na noite desta terça-feira (28), o Workshop “Violências Obstétrica: Perspectivas e Divergências”.

À frente da organização do evento, a presidente da Comissão da Mulher e da Advogada, Vivian Bauer, que repudia o posicionamento do Ministério da Saúde em tentar extinguir o termo violência obstétrica, pontuou a intenção do workshop. “O evento acontece devido à corriqueira situação que mulheres em seu período gestacional e, principalmente, no momento do parto, passam por violências e maus tratos por profissionais da área de saúde. Por isso repudiamos também a postura do Ministério da Saúde em querer acabar como termo que é adequado, tendo em vista que a violência faz parte deste momento de muitas mulheres”, enfatizou.

O evento foi ministrado por vários palestrantes, a exemplo da enfermeira obstétrica, Camila Kons; da doula Lyssa Raphaella; do advogado e presidente da Comissão de Direito à Saúde, Pedro Ivo Corrêa; do médico obstetra, Michael Franco Freire; e da psicóloga Regiene Peixoto.

A violência obstétrica dá conta de agressões médicas, de verbais a físicas, que deixam consequências para os bebês, com uso de instrumentos contestados, e para as mulheres, que saem com dores e cheia de traumas, ou até perdem a vida. Uma realidade que corresponde à taxa de mais de 60 mulheres mortas a cada 100 mil nascidos vivos.

A psicóloga Regiene Peixoto ressaltou sobre a importância de realizar o debate e de falar sobre a histórica prática da violência obstétrica cometida no Brasil. “As mulheres vêm sofrendo de vários processos de violência, e talvez por muito tempo, por não se falar disso, vários comportamentos eram tidos como naturais. Pelo significado que a maternidade tem para muitas mulheres, por ser um momento desejado e sonhado por muitas, essas violências trazem impactos emocionais na gestação e no pós parto”, explicou a especialista.

A discussão do tema é de extrema importância para sociedade contemporânea. É o que confirmou a palestrante e médico obstetra, Michael Franco Freire. “ Estamos aqui para saber dos advogados e nos magistrados com relação às práticas delituosas contra mulheres e para ter entendimento do que vem a ser a violência assistencial. Não se pode estigmatizar o médico na atenção e sim reconhecer todas as variáveis que podem comprometer a saúde da mãe e do bebê”, explicou.-

Para o presidente da Comissão de Direito à Saúde, Pedro Ivo Corrêa, o evento é importante para conscientizar as mulheres quanto a liberdade do seu corpo da forma como elas deve conduzir o pré-natal e no pós parto. “As mulheres precisam ter consciência de que há limites na condição do parto para que não ocorra violência contra a mulher. Precisamos debater de forma geral sobre o tema e traçar as perspectivas e também a questão das divergências para chegarmos a um denominador comum para se tratar a questão, uma vez que a gente sabe que o dado no Brasil é de que uma entre quatro mulheres já passaram por violência durante o parto”, informou.

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